24 De Maio Día Internacional Da Mulher Anti-Militarista
Recuperar a Memória desde umha perspectiva de Género
A etapa da República, apesar de ser um periodo muito breve, trouxo muitas mudanças para as mulheres e estos percebem-se claramente na Galiza, nom só em aspectos legais, ponhendo-nos à altura dos países mas avançados. No que se refire a igualdade entre homens e mulheres: laicismo; direito a voto; divórcio; supressom do delito de adultério aplicado só às mulheres; aborto; casamento civil; nom diferenciaçom de filhos e filhas legítimas e ilegítimas; co-educaçom; regulamentaçom do trabalho feminino; incorporaçom a postos de trabalho segundo mérito e capacidade sem distinçom de sexos; equiparaçom salarial com os homes. Houvo umha incorporaçom importante da mulher a nível social e na luita política e sindical.
Quando se produziu a sublevaçom militar no 1936, centos de mulheres, comprometidas com os valores que representava a República, forom perseguidas, inabilitadas, encarceradas, torturadas, violadas, fusiladas ou tiverom que partir cara o exílio, numha viagem, para algumhas, sem retorno, ou viverom um exílio interior. Durante anos, o silêncio acompanhou a todas estas vítimas da repressom –e às suas famílias– num exercício de esquecimento infame.
Houvo mulheres que tratarom sempre de defender umha sociedade mas igualitaria desde diferentes frontes, desde o meio rural ou urbano, com diferente compromisso.
Escrever, pronunciar o seu nome –o que nom se nomeia, nom existe- recuperar o seu passado, é umha forma de rendir-lhes umha homenagem, também, de contribuir a inclui-las na História que, durante muitos anos, só deu relevância ao papel dos homens, esquecendo a capacidade das mulheres.
Para todas estas mulheres, durante anos só existiu silêncio, esquecemento, e nom só no franquismo, senom até há muito poucos anos quando começou fazer-se esse trabalho de Recuperar a Nossa História desde umha perspectiva de género. A nossa organizaçom tem contribuído na medida das nossas possibilidades a este labor com diferentes trabalhos. Com todas estas mulheres, milicianas, exiliadas, fugidas,represaliadas em geral, temos umha déveda histórica: recuperar o seu passado. Através da recuperaçom da memória, do que se trata é de visibiliza-las e de afirmar e reivindicar um reconhecimento social para esas mulheres que formam parte da nossa própria história.
Mulheres Nacionalistas Galegas
Galiza 24 Maio 2007
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